1.2

E em jeito de catarse
Expurgo males, bens e coisas que tais.
E nas construções de rimas emparelhadas
Cruzadas ou interpoladas
Dou por mim a odiar os finais.
Que lance a primeira pedra
Quem faz o que precisa porque assim o almeja!
E qual vício que se cria, mas não se deseja
Nem paramos para ver que a merda medra!
Não gosto disto, mas escrevo.
Escrevo porque falo do que quero sem que alguém perceba.
Não me importa que me sinta como uma manceba,
Porque sei que de quatro folhas tenho um trevo.
Sorte maldita digo eu...
Porque não posso explodir fazendo coisa que me dá gosto?
E no fim não ter outra coisa que não um sorriso no rosto!
E mesmo que outros digam, "Olhem, aquele endoideceu!",
Fico feliz se outros disserem "Mas está a dar-se!".